Caía a tarde feito um viaduto. Cores do mar, festa do sol. Mas deixe-me ir, preciso andar...Vou por aí a procurar rir pra não chorar, que se eu perder esse trem que sai agora às onze horas é só amanhã de manhã. Quem me vê sorrindo pensa que eu estou alegre, mas é só porque na vida a coisa mais feia é gente que vive chorando de barriga cheia. Eu não preciso de um talismã nem penso em meu amanhã. Vou remando contra a maré desde que levaram meus vinte anos, o meu coração e além de tudo deixaram mudo o meu violão.
E os meus olhos ficam sorrindo e pelas ruas vão te seguindo. Olhos nos olhos, quero ver o que você faz. Teu olhar mata mais que atropelamento de automóvel, mata mais que bala de revólver. Bate outra vez a esperança no meu coração, ponho a sandália de prata e vou pro samba sambar. Fui à Lapa, mas perdi a viagem. O mundo triturou meus sonhos tão mesquinhos e reduziu minhas ilusões a pó. Só que eu não tenho medo de fumaça e não me entrego não... hoje é dia da caça, amanhã do caçador.Eu fico com a pureza da resposta das crianças: apesar de você, amanhã há de ser outro dia.
Se alguém por mim perguntar, diga que eu só vou voltar quando eu me encontrar. Se eu quiser fumar, eu fumo; se eu quiser beber, eu bebo. Pago tudo o que eu consumo com o suor do meu emprego, só que dinheiro na mão é vendaval. Vai, meu irmão, pega esse avião, você tem razão de sofrer assim, resignado e mudo no compasso da desilusão. Agora eu vou mudar minha conduta e deixar a vida me levar. Vida, leva eu. Mas com que roupa?
2 comentários:
MA-RA-VI-LHA!!!
Essa moça tá diferente?
Beijocas!!!
pois bem, você vai escutar as contas que vou te fazer: Tu és divina e graciosa…
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