- Conta.
“ Há uma linhagem no budismo em que os monges não podem tocar nas mulheres, pra não despertar o desejo e assim se manterem castos. Vinha o mestre e seu discípulo andando e chegaram na beira do rio, e uma mulher precisava de ajuda para atravessar. Prontamente o mestre carregou a mulher nos ombros e a deixou do outro lado do rio.
O monge e o discípulo continuaram a caminhar. No fim do dia o discípulo pergunta: ‘O senhor disse que a gente não poderia tocar em mulheres, mas o senhor colocou aquela no ombro e atravessou o rio’.
E o mestre retrucou: ‘ você ainda está carregando aquela mulher? Eu a deixei do outro lado do rio’.”
- Tá. E isso quer dizer o que exatamente?
- Que você só leva as coisas até onde quer. Elas têm um fim, e você não precisa carregar tudo com você, a vida toda.
- É...
- Então, faz assim: deixa a mulher do outro lado do rio, e segue com a tua vida. Combinado?
No meio dos meus choramingos de “não-quero-falar-sobre-isso”, ele me veio com uma historinha zen. E, contrariando o que sempre pensei, foi o que me pôs inteira de novo depois de um domingo que não deveria ter existido.
E quanto à mulher, vai ficar lá, do outro lado do rio. Já passei tempo demais com ela e bem que está na hora de caminhar sozinha. E vocês? Vão deixar o quê lá na outra margem?
3 comentários:
uau. belíssima história.. adorei!
=***
hum. gostei, su.
bjs. saudades.
Inspiradora! =)
Postar um comentário