domingo, 14 de fevereiro de 2010

Desafiando o destino

Primeiro foi a escala do plantão de Carnaval que não saía. Jornais precisam circular todos os dias e é claro que assinantes e leitores não dão a mínima se o repórter quer viajar no feriado. A paciência nunca foi minha amiga. Tirei passagens de avião, pensando que se houvesse problema eu sempre poderia trocar. As passagens. Ou o emprego. Sei lá.

Depois veio a desproporção entre o número de amigos dispostos a acampar e o número de barracas disponíveis. Munida de todo o meu espírito aventureiro, até saí de casa disposta a comprar uma barraca. Provavelmente Carrie Bradshaw me alcançou no meio do caminho, porque voltei para casa sem barraca – mas com um par de sapatos novos que custaram praticamente a mesma coisa. E não me olhe assim. Os sapatos são lindos. Tão lindos que vão ficar por aqui – nem em sonho eu arriscaria usá-los num camping debaixo de chuva.

Claro que, depois dos $apato$, a condição seguinte só poderia dizer respeito à minha, er, falta de condição. As cifras se acumularam diante dos meu olhos e eu ficava mais desesperada quanto mais comparava a lista de despesas de viagem com o meu saldo bancário. As contas ainda vão estar aqui em março, lembrei. Já outra oportunidade igual, só em 2011.

Daí aconteceu que eu não tinha mochila e poucas coisas são tão incômodas quando se quer bancar a mochileira que a falta deste apetrecho básico. Meu cunhado me emprestou uma mochila escolar simples. Não coube metade do que queria levar. Abri mão de um jeans e duas camisetas e sentei na mochila para conseguir fechar o zíper. Melhor, assim eu não compro nada por lá, já que não tem onde trazer.

Três dias antes da viagem recebo a notícia de que a barraca que conseguiram para mim não serve. Um tarde inteira de telefonemas desesperados até aparecer uma barraca extra, cujo estado já me preveniram que pode não ser dos mais aconchegantes. Contanto que não inunde igual à do ano passado.

Procu
rando informações sobre a viagem na internet, descubro um boato de que não há mais passagens de ônibus para completar o trajeto. Descubro tsmbém que estou sem poder fazer ligações interurbana e fico sem ter como checar com a empresa que faz as viagens.

Passo a antevéspera e a véspera da viagem febril, gripada, nariz entupido e tossindo nojento e quebrando de catarro. Não ficava tão gripada assim desde... espera, eu já fiquei gripada desse jeito?

Quase sempre que algo não me é essencial e fica complicado demais eu desisto. Um convite para sair que chega cheio de empecilhos, uma balada sem companhia, um relacionamento que iria requerer investimento e uma boa dose de luta para dar certo. Eu sempre achei que os pequenos empecilhos eram cones que o destino colocava no meio da estrada para nos avisar que não devíamos ir por ali.

Só que esses dias eu fiquei com vontade de ziguezaguear por entre os cones.


E é por isso que, daqui a cinco horas e meia, eu vou.


Esperem aí que eu estou chegando!!!


Destino, nos revemos na quarta-feira de cinzas.

Um comentário:

tiaselma.com disse...

E eu aqui arrasada, achando que você não havia ido. Eis que... "esperem por mim"! Pulei da cadeira, Suuuuu!

Beijocas da Selma.