quarta-feira, 8 de abril de 2015

Desafio #100happydays - Dia 1



Hoje eu acordei me sentindo completamente borocoxô. Baixo astral mesmo. 

Ontem eu estava cansada demais, com sono demais para lavar o cabelo antes de dormir. Hoje acordei e mal deu tempo de me olhar no espelho. Pra completar, questões existenciais brabas no horizonte. Daqueles dias que você se pergunta o que está fazendo da vida.

Foi então que eu lembrei desse desafio. E mesmo sem ter certeza de que vou terminar, resolvi começar.
Porque eu sempre acreditei que ser feliz era natural. Nunca acreditei em procurar a felicidade por ela mesma, achei que era só a consequência de todo o resto. Mas o caso é que eu estou começando a achar que tenho feito alguma coisa errada nesse processo. Vai ver Drummond, sempre certo em tantas coisas, acertou nesta também: felicidade se acha é em horinhas de descuido. 

Vou fazer esse negócio do meu jeito: não tenho tempo (e nem paciência) para postar foto todo dia. E ainda por cima tô gorda. De modo que vamos escrever. Pois bem, eu tinha acordado na hora, mas mais morta de cansada que no dia anterior, gripada e em crise existencial. Ao lado, o filhote ainda dormindo – o que significa que não dava para acender luz nenhuma.

Então, a felicidade do dia 1 é essa: montei um look MARA, super-profissional e que ainda me emagreceu, com duas peças que eu nunca tinha usado juntas, em menos de dez minutos, me arrumando no escuro. E por isso, hoje, eu sou agradecida e feliz. 

Será que eu consigo mais 99 desses?

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Hakuna Matata

Hoje tudo o que eu precisava para ser feliz era um pacotão de batata frita.
E o Rei Leão em 3D.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

(Re)aprender

Então era sempre assim: salgado de padaria no meio do telejornal, trabalho até altas horas da madrugada e um livro inteirinho ou um texto pro blog sempre que não tinha jeito de conseguir dormir. Acordar ao meio dia.

Só que de repente, mais rápido do que os sentidos conseguem perceber, ficou assim: aprender a cozinhar, condensar todas as demandas profissionais dentro do horário de trabalho porque à noite em casa não dá tempo, aulas da pós-graduação, olho pregando de cansaço às nove da noite e meio mundo de coisa pra fazer mesmo assim. Na hora de dormir, dividir a cama todos os dias e uma (ma)Luquice de sorriso sem fim todo dia até o fim do dia. Acordar às oito da manhã pensando como é que pôde se atrasar tanto.

Ela voltou para a escola e não é só literalmente. Seria mais fácil se fosse só mais um round de luta com os teóricos do jornalismo ou com pilhas de livros para ler. Mas é que a casa de 350m², três suítes e cinco banheiros onde moravam mãe e duas filhas agora só existe na memória e nas tardes de domingo. No lugar dela, um apartamento de 56m², nenhuma suíte, um só banheiro. Tem que bastar para a família recém-formada: namorido e enteado. Difícil acreditar que hoje ela trocou o shopping pelo supermercado e agora freqüenta as seções de moda infantil e de brinquedos das lojas de departamento. Sabiam que na semana passada ela desistiu de uma saia em promoção por um pacote de cuecas de criança?

Com tanta coisa junto, o jeito é se virar para entender que matemática de repente transformou um em três. Possibilitar o impossível, extasiada e exasperada ao mesmo tempo. Sorrir mesmo contrariada, e dali a segundos sorrir de verdade. No meio disso tudo, ainda encontrar tempo para namorar. Alternar a raiva com uns momentos que – juro! – dá pra pensar que a gente vai espocar de tanto amor.

Ela calçou salto agulha e quando saiu de casa viu que tinha que caminhar numa rua de pedrinhas. Não tenho a menor idéia de como ela vai conseguir fazer isso. Mas, bem ou mal, à custa de alguns joelhos ralados, ela está caminhando. Quem pode parar?

terça-feira, 19 de julho de 2011

De sorrisos e saudades

Você já teve um machucadinho na pele que toda hora arde um pouquinho mas você não consegue lembrar onde foi que ralou? A moça deste texto tem desses no coração de vez em quando. São dias estranhos, em que se acorda com muito para fazer mas sem saber bem por onde começar. Daí o jeito é calar e passar o dia tentando segurar a atenção, mas sentindo as mãos escorregadias.

O fim da noite é a hora em que ela deseja que nunca chegue a porta de casa. O carro acelera e ela tenta segurar cada metro de avenida, numa tentativa de ficar rodando na cidade para sempre ou, pelo menos, até terminar de matar todos os restinhos de saudade – o que na verdade é a mesma coisa. Ela fala rápido e emenda assuntos na tentativa de aproveitar ao máximo daqueles dez minutos, talvez menos, do trajeto. Interrompe a conversa toda hora, tentando espremer um dia inteiro naquele espacinho de tempo, esperando que caiba pelo menos a metade de um coração ou um naco de ansiedade (Pensando bem, a ansiedade pode ficar de fora).

E embora ela siga sempre desejando o contrário, ela sabe que o carro vai parar, e quando isso acontecer não vai se ter tempo nem para desligar o motor. A despedida tem sempre um sorriso bonito, mas apressado. Ela bem que queria tirar as compras do carro e subir as escadas acompanhada. Mas há responsabilidades maiores e amar também é saber dividir. E ela divide – menos o sorriso que eles trocam toda noite e que é só deles. Uns três segundos de sorriso cheio de advérbios e pronomes relativos e conjunções ligando orações que eles já sabem e não precisam repetir. Quando, se, como, enfim. Muito.

Só no meio da insônia que deu para entender que o machucadinho chama saudade.

domingo, 17 de julho de 2011

(ma)luquices

A pureza da resposta das crianças é assim.

- Tia, você poderia morar num apartamento aqui do ladinho da gente, né?

E eu, que nem sabia o quanto pode ser lindo um sorriso de criança, vi o quanto a vida é bonita, é bonita e é bonita.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sono meu.

Presa entre sentimentos conflitantes que ainda não aprendi a compreender, amando e admitindo e, no momento seguinte, me comportando como se não fizesse diferença. Querendo abraçar pra sempre e querendo virar para o outro lado agarrada no meu travesseiro. Viro de costas e ele reclama. O que ele não sabe é que, até cair no sono, olho de rabo de olho para trás toda hora. Sei que ele está ali, mas isso não impede de eu querer me certificar a todo instante.

- Você estava roncando... – ele diz, sorrindo.

O pior é que provavelmente é verdade. Esboço um sorriso sem graça e enrolo para abrir os olhos. Sei que ele passa vários minutos olhando para mim e sorrindo. Talvez fosse mais legal ouvi-lo dizer isso. Mas não precisa uma palavra para eu entender que são olhinhos de amor. E é bem nessa parte que eu desisto de acordar, por mim eu ficava lá pra sempre, fingindo dormir enquanto ele insistia para eu levantar.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

E quem irá dizer que não existe razão?


Sabe quando a gente vê, depois de grande, um filme que era acostumado a ver na nossa infância e aí é que entende direito?

Eduardo e Mônica são só um ano mais novos que eu. Hoje à tarde eles conseguiram me prender durante vários minutos olhando embevecida para a tela do computador. Culpa do coração de tangerina que anda doce demais.

Se você foi criança ou adolescente nas década de 80 e 90, com certeza sabe de quem eu estou falando. Ser fã da Legião Urbana e ter crises existenciais feito um Renato era praxe. Mas questão de honra mesmo era cantar, decoradinho, as letras de Eduardo e Mônica e de Faroeste Caboclo.

Eu sabia as duas e apostava com os amigos na hora do recreio, só para sentir o gostinho dos olhares aprovadores enquanto recitava a saga de João do Santo Cristo sem errar um artigozinho sequer. E depois da aula, corria para o videokê do shopping que ficava ao lado da escola. A gente cantava Eduardo e Mônica só porque era uma das músicas mais compridas da lista e assim a gente podia ficar mais tempo na brincadeira.

(Aviso: não tente me testar hoje em dia. A minha memória para o rock nacional não é mais assim tão boa)



Aproveitei cinco minutos para checar o tal do vídeo promocional da Vivo que todo mundo anda falando. E me policiei para o chefe não me pegar sorrindo para a tela do computador, com cara de que está fazendo tudo menos trabalhando. Não deu pra evitar de ficar arrepiada com Eduardo e Mônica, e nem foi só por causa da memória de recreio e videokê. Foi pelo vislumbre de amor possível, simples do jeito que tem que ser, sem cara de cinema e nem de novela, que conseguiu falar em cheio com as borboletas no estômago de cada um de nós.

E eu nem imaginava Eduardo e Mônica com aqueles telefones chiques. Sempre me passou pela cabeça os dois se encontrando numa pracinha de interior e indo ao cinema. O que me arrepia ainda mais e é outro ponto excelente da campanha, porque transforma Eduardo e Mônica de ícones da minha infância a par romântico atemporal, até poderiam ser você e o seu bem-querer, olha só.

Se eu quiser, você me dá um amor desses de cinema? Depois de hoje, vai ter mais gente pedindo um amor de Eduardo e Mônica. Afinal, quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?