sexta-feira, 26 de junho de 2009

Oi, Blog.

Não é que as coisas estejam esfriando entre a gente. Sei que já fui mais presente, sei que já fui mais lida e já tive coisas mais interessantes para falar.

O problema nem é com você, sou eu. Todo blogueiro já pediu desculpa, vez por outra, por estar escrevendo menos. Nem é falta de idéias, que essas continuam a me vir aos montes. Mas falta aquele algo mais de construir aliterações e fazer antíteses e transformar tudo numa pequena sucessão de trocadilhos infames que eu lia depois e achava que valia alguma coisa.
Eu poderia escrever sobre a queda do diploma. Afinal, eu sou jornalista formada por universidade federal e me sinto na obrigação de me pronunciar sobre o assunto em outra mídia que não o Twitter. Façamos estardalhaço, sejamos corporativistas, xinguemos Gilmar Mendes. Aproveito para alertá-lo que embora não tenha dificuldades em construir um bom lead, não sei cozinhar nem arroz.

Mais ainda que isso, o dia é propício a um texto sobre Michael Jackson. Mas não vai rolar, mesmo que o cara seja o responsável pelo ápice de muitas das festas mais divertidas que já ajudei a organizar. Eu poderia até descrever o clima oscilando entre supreso e comovido que despencou de uma vez na redação no fim da tarde de ontem e deu, pouco a pouco, lugar a piadinhas de humor negro.

Poderia até descrever a reação da editora de Cultura sentada ao meu lado, que oscilou da incredulidade ao alívio de ter um material de última hora para fechar uma página inteira em poucos minutos. Mas não vou escrever nada de nada disso não. Ah, blog, não me olhe assim. Tudo que (não) se precisa é de novos textos sobre os mesmo assuntos que engordam sem cessar uma nuvem de tags onde muito é lixo, muita gente diz a mesma coisa e pouco se aproveita de fato. Não, Michael e diploma não. E nem reclame.


Ou sei lá, poderia ser qualquer coisa sobre o São João do Maranhão e sobre coisas que jovens jornalistas aprontam em arraiais. É, blog, talvez um dia eu ainda conte sobre como é bom dançar com a orquestra do Nina Rodrigues ou como é bonito ouvir o batalhão pesado de Maracanã (vamos hoje?), ou sobre a confusão mais linda que vai ser a madrugada de segunda-feira no Largo de São Pedro e eu, mais uma vez, não vou estar lá.

Falando em pequenas farras, poderia escrever sobre sobre eu ter voltado a beber ou sobre a experiência de ter ido pela primeira vez numa boate gay. Mas pode ir sentar emburrado no canto e fazer bico, porque eu não vou.

E eu posso culpar o trabalho, as crises de ansiedade, o novo ritmo de trabalho que não deixa desligar nem de madrugada nem de manhã cedo e impede qualquer coisa além de umas 4h de cochilo mal-dormido por dia.

Tudo bem, blog, não fica assim. Eu sei que a gente foi mais próximo. Prometo voltar a ser como era antigamente.

Só tem um pouquinho de paciência, tá?

terça-feira, 23 de junho de 2009

J. Pinto Fernandes

- Ele combina o cinto com o sapato.
- E isso lá é desculpa? Significa que ele gosta de se arrumar e, provavelmente, que tem bom gosto...
- E ouve pagode. Outro dia, quando ele passou em casa para me dar carona pro trabalho, tava tocando um pagodão.
- As pessoas podem ter gostos diferentes do seu, ora. Nem todo mundo vive nos anos setenta.
- Mas ele usa bermuda de tactel!
- Tenho certeza que se você disser que não gosta ele joga todas fora.
- Ele fuma!
- Eu também, e você nunca reclamou.
- Mas... mas...
- Sabe o que eu acho? Que o problema é você, que não é capaz de manter um relacionamento.

Vai ver é Drummond que está certo. Lembram da Lili que não amava ninguém e terminou casada com o J. Pinto Fernandes? Eles é que sabem das coisas. Mas hoje eu estou mais para Lenine, hoje eu quero sair só...