Bicho de sete cabeças

"Não dá pé, não tem pé nem cabeça
não tem ninguém que mereça
não tem coração que esqueça
não tem jeito mesmo
não tem dó no peito
não tem nem talvez

ter feito o que você me fez
desapareça, cresça e desapareça

Não tem dó no peito
não tem jeito
não tem ninguém que mereça
não tem coração que esqueça
não tem pé não tem cabeça
não dá pé não é direito
não foi nada, eu não fiz nada disso

e você fez um bicho de sete cabeças"


Pronto, agora passou. Vamos voltar ao normal, por favor?

cheiro de sabor de tangerina

O único sabor de tangerina que eu conheço é o artificial. Mas tangerina cheira bem. Tem cheiro de fruta gostosa, mesmo que eu odeie frutas de toda e qualquer espécie. Vá lá, de vez em quando eu descubro uma celulite nova na coxa direita – ou na esquerda, vá lá, é que eu sempre acho que a direita tem mais celulites – e resolvo tomar um suco de laranja.

Tangerina tem cheiro de gosto de bala azedinha que a gente não consegue segurar a careta quando põe na boca. E também de quem banca o pateta de propósito ou sem querer, e diverte os outros sem grandes conseqüências. De humor negro que não ofende e de lembranças da mãe depois do almoço, só que ela chama tangerina de tanja. E, ah, também é o nome de uma música.

Pro Jimmy Page, o dia ficava cor de tangerina e depois ia se acinzentando. Ah, sentido figurado e coisa e tal, já passou por isso? Eu também. Por isso que, depois de dois anos escrevendo só pra ter grana pro salgadinho de supermercado todo dia, decidi voltar a ter blog.

"Measuring a summer's day,
I only finds it slips away to grey,
The hours, they bring me pain.
Tangerine, Tangerine,
Living reflection from a dream;
I was her love, she was my queen,
And now a thousand years between.
Thinking how it used to be,
Does she still remember times like these?
To think of us again?
And I do".